Quando Mohammed Ali Samman se aproximou da caverna, perto de Naq Hammadi, fê-lo para descansar. Sentou-se onde a pedra fazia uma nesga de sombra sobre o chão para fugir do calor do meio dia. Ali Samman era um pastor egípcio e naquela manhã, como em todas as manhãs, conduziu o pequeno rebanho para os tufos que cresciam junto às grandes pedras da caverna. Era Dezembro de 1945 e aqui e ali ouvia-se o matraquear de metralhadoras ao longe.
Os evangelhos gnósticos datam do século III AD e perderam-se na Idade Média. E assim ficaram numa jarra na cozinha de Ali Samman durante anos e anos até que um dia ele, ao olhar para a jarra dos papiros enquanto comia mais bolinhos de falafel sentado num mocho, pensou: ou deito esta merda fora ou vou ver se vale alguma coisa ao Khan el Khalili. Em boa hora o fez.
Apocalipse Apócrifo é uma viagem gnóstica pela vida do RESUS XII, grupo revolucionário fundado por Résus de San Juan de Puerto Rico por 7 cidades: San Juan, Johannesburg, Toronto, Manchester, Harlem (NYC), Lisboa e que termina em Wuhan.
A viagem culmina no Apocalipse final na Ilha de Patmos na Grécia, onde John the Beloved enceta um diálogo intenso com o Spirit, que não é mais do que um heterónimo do seu velho amigo Résus de San Juan.
É uma viagem sobre o sentido da vida, um diálogo intenso entre a liberdade e os grilhões do dogma, uma alegoria de libertação do indivíduo em busca de sentido, a ânsia profunda de liberdade e de amor como imperativos de existência e o condicionamento social e institucional que o sufoca.
É sobretudo uma viagem sobre a hipocrisia institucionalizada, a mediocridade legitimada e de como nos podemos rir disto tudo, se tivermos viajado… o suficiente.
É uma viagem sobre a vida do autor, RVS.
Só se escreve acerca daquilo que se sabe!!
