A partir de hoje, se me perguntarem porque escrevo, responderei: porque a vida não me chega! É uma resposta possível, foi a mais honesta que encontrei, sentei-me diante de um espelho, olhei-me e não me fugi, e cheguei a outra conclusão, nunca gostei de entretantos, sempre fui de tudo ou nada, daí não ter ainda um coração invernoso, ferido, sem dúvida, mas sinceramente espero que nunca lhe entre o frio nocturno do existir, se tal vier a acontecer, nesse momento, terei perdido de vez o miúdo que olhava a manhã do mundo, não o posso permitir, afinal, se por cá continuo, é graças a ele, ainda quer revisitar alguns lugares de onde a manhã nunca partiu.