Conhecido como um dos colaboradores do Livro de Família do Código Civil brasileiro, o autor agrega experiência no cotidiano da área mais sensível do Direito: o amor e o desamor, levados aos tribunais em busca de pacificação. Casamentos, uniões estáveis – ou instáveis – divórcios, pensões alimentícias e temas do gênero aqui são tratados com leveza e humor. É provável que você se reconheça em um dos contos, encarnando o papel de juiz, advogado ou promotor. Ninguém escapa a minucioso e divertido crivo, e não ficam de fora escritórios de advocacia, sejam criteriosos e sérios, ou dedicados a lobby. Nesta saborosa ficção jurídica, o leitor tem a sensação de que certos personagens são cópia fiel de alguns dos nossos amigos. Ou inimigos: romances incomuns, altruísmo, egoísmo, cônjuges traidores ou traídos, amantes surpreendentes, outros surpreendidos, e até pessoas enamoradas, em delicioso contraste com as que dedicam a vida à guerra conjugal. Enfim, ilusões e desilusões, em linguagem direta, sem uso de termos jurídicos – salvo os indispensáveis às ironias. E não são poucas. Histórias engraçadas são entremeadas a adágios colhidos ao redor do mundo e prestigiam o amor como tema universal. Alguns personagens transitam de um conto a outro, e o foco dado ao microcosmo social leva-nos a constatar que casamento e divórcio são institutos que pouco se modificaram ao longo dos últimos vinte séculos.
Tony Flint
