Essa é a história de uma viagem que fiz pela Alemanha e Dinamarca numa bicicleta minúscula, com uma barraca de camping mínima, um orçamento ínfimo e também um pequeno smartphone. Passados alguns dias, percebi que já não fazia uma, mas três viagens simultâneas: a primeira, conforme já dito, pedalando pelos dois países europeus; a segunda, uma viagem literária que foi ganhando corpo e forma na medida em que enchia as páginas do meu celular com textos que, não só relatavam os principais eventos do caminho, mas também a correlação desses acontecimentos com o que se passava dentro de mim. A partir dessas análises, fortemente influenciadas pela minha formação em Psicologia, mergulhei então no que considero a terceira viagem: a do “mundo paralelo”.
Desenhando meu traçado na magia das ciclovias, fui me sentindo um ciclista mais experiente, um homem mais aberto, um cidadão do mundo, com uma alma mais fortalecida, mais culta, uma mente mais harmonizada, um guerreiro mais preparado, um ser mais humano, um peregrino do cosmo, uma vibração mais sutil, um sublime elemento do Universo.
Simplesmente porque seguia...
Em Frente.
Sempre!
