“Estava ainda por chegar aquele que seria o grande obstáculo do dia, mas simultaneamente, o momento alto desta jornada: a subida do Monte El Brusco, mesmo em frente a um sereno mar Cantábrico.
Um trilho estreito, seguia por entre densa vegetação, mesmo junto à praia. Um olhar para o alto, fazia sobressair setas amarelas, no meio de rochedos lisos, por onde o Caminho passava lá em cima. Um cenário algo intimidatório, para quem parte do nível do mar.
Juntei-me convenientemente, nesta fase, ao italiano Miguel e ao suíço Frederico e iniciamos a subida pelo meio de um trilho irregular, com muita pedra, raízes de árvores e pelo meio de fetos. À medida que se subia, a vista sobre uma dupla baía ia sobressaindo, dando uma sensação instantânea de tranquilidade. Respirava ofegantemente e com dificuldade. Caminhar sobre o precipício, faz despertar em nós todos os alertas de segurança, com o receio instintivo de cairmos. O corpo todo está em alarme. Sem subterfúgios, chamemos os bois pelos nomes: MEDO”.
