Em POESINDO: Miscelânea Poética, Nilson Nogueira dá voz a seus diversos ‘eus líricos’, quais falam da vida, do amor, da angústia, da tristeza, da hipocrisia, entre outros temas, com particular propriedade e voz. Rabino Afonso, sempre sereno e perspicaz, tal qual Padre Aparício Apolodoro; o eremita Aarão Tefay é mais realista e um pouco mais pessimista; Niele Nogueira é romântica; Thelma Reich é analítica e crítica. Percebemos a existência de um lugar comum e de um senso comum na voz de cada um destes heterônimos, e a criação de um campo comunal de sentidos entre tais vozes se torna possível ao fim da leitura. POESINDO é, antes de tudo, uma miscelânea de cantos tristes. Cantos de angústias, de desesperanças, mas principalmente de insatisfação da verdade para com a hipocrisia de um mundo em crise não só de valores morais, mas também de identidade.
