Noite de festa e promessas. Lá está ela. Clareira luminosa nessa multidão. Cheia de amor por esse lugar. Também senti falta daqui, mas sinto ainda mais falta dela.
Preciso tê-la em meus braços mais uma vez. Se ela soubesse o quanto pensei nela...
Vê-la sorrir para mim renova minhas esperanças, alimenta lembranças qu enão deixo adormecerem. E ela disse com brilho nos olhos que dançaria contigo. Será que irá além disso? A próxima dança é dela. Sem mais distrações.
Esperei o ano inteiro por esse momento. Beijá-la em praça pública para que todos vejam, para que todos saibam. Será muito atrevimento? O sorriso dela diz que não. Mas ela não está mais sorrindo, algo a aborrece, talvez a minha parceira de dança. Vá sonhando Cadu. Não aguento mais esperar. Ansioso, porém determinado me aproximo e lhe estendo a mão.
– Vamos dançar Ninha?
A mudança em seu olhar antecipa a sua resposta. Ao invés da natural alegria vejo medo e insegurança.
– Não.
E como se todas as luzes tivessem sido apagadas ela desvia o olhar e se esquiva de mim.
Ela disse não. Custo a acreditar.