Todo mundo falava que ser mãe era incrível mas para mim, estava sendo desesperador, insano, assustador, exaustivo. Achava que a minha vida tinha acabado. O bebê chorava de um lado e eu do outro. Eu não sabia o que fazer. Eu não estava feliz e era muito difícil admitir isso.
Meu mundo desabou. Meu fracasso como mãe tinha começado naquele momento. Comecei a chorar muito. Lembro de ter pedido desculpas para o meu marido pelo meu “fracasso” e ele me olhar com aquela cara de interrogação. Enquanto eu estava preocupada em seguir o exemplo da minha ideia de mãe perfeita, ele já ficaria bem satisfeito se nós (eu e o bebê) sobrevivêssemos à cirurgia. E isso foi só o começo da minha “carreira” na maternidade…
Quando falamos em maternidade real, muita gente ainda se incomoda, olha torto, julga… Ter um filho implica em situações realmente nada prazerosas que as pessoas insistem em omitir. Parece que o maior crime que existe é falar que a ser mãe tem um lado B que é muito punk, puxado.
Eu deixei de ser a Paloma para virar a mãe do Matheus.
