Fiel a infelicidade - Sonivan Cunha

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Sinopse

Um bom livro é uma aprendizagem dos prazeres, não só da vida dos seus personagens, mas do leitor que ali entra por completo na história. Nas páginas de um livro queremos sempre o lado inverso do espelho. A imagem do romance não pode nos bastar enquanto correspondência de nossos desejos. Portanto, livro é um cais de espera para pegar um navio que passe por tempestades que nos excitem enquanto perigo. Perigo de leitura, aquele prazer suspenso quando lidamos com personagens que não sabemos o que esperar.

Fiel à Infelicidade, da escritora Sonivan Cunha, é uma jornada ao desconhecido das relações amorosas, ao caminho às vezes tortuoso dos desejos ao outro. Um livro assim nos deixa já perplexos e interessados no manejo da autora ao explorar os meandros da sexualidade de seus personagens enquanto figuras que não querem uma suposta segurança afetiva. A autora desenha um vértice de três personagens que tornam a narrativa super bem cuidada; uma fuga dos laços dos compromissos, mas não por deixar de gostar, mas sim por um forte desejo de ir além do conforto, da segurança, do esteio.  

Assim são Tomas, Ingrid, casados há muitos anos, mas um casamento de conformidade com o outro, não há mais arroubos de paixão mútua. Até que, numa festa, Tomas conhece Ana, e dali através de uma primeira conversa, ambos se veem complementares em suas ambições afetivas. Começam a se ver frequentemente em saídas. O interessante que a autora não usa de indumentária moralista no perfil de seus personagens, Ingrid já desconfia do interesse do marido por Ana, e até faz um jogo de incentivá-la à aproximação com seu marido.

Sonivan sabe que as relações afetivas não se estabelecem por identificação apenas. Há um certo jogo no erotismo que nos empurra para o abismo, para aquele espaço onde o amor existe, a paixão existe, mas falta algo, uma completude que o casal ou os namorados não se ajustam. A autora desenha seus personagens sem moralismos, deixando-os soltos ao sabor da paixão que une Ana à Tomas. O sexo como elemento de atração surge com toda a intensidade entre os amantes, mas à Ana falta algo em Tomas. Ela o deseja por inteiro, algo que Tomas, apenas retribui com um pedaço de si.

Há uma sucessão de viagens tanto de Ana quanto de Tomas, encontros repentinos dos dois, relações paralelas de Ana, buscando em outros parceiros um pouco do amante. A escrita da autora modula cada uma destas vozes, dando à Tomas pinceladas de escurezas ou sombras ao se relacionar com Ana. Interessante também notar a forma nada convencional que a autora descreve um casamento. Embora não haja brigas entre Ingrid e Tomas, há uma espécie de jogo ambivalente entre eles, como se ambos estivessem apostando a felicidade do casamento em algo fora do próprio.  

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