A ponte do rio seco - António Subtil

ENQUADRAMENTO…

“O que vou contar passa-se num período longínquo, na cidade mais bonita do mundo: Luanda. Onde elas usavam mini-saias e nós não cortávamos o cabelo, numa guerra permanente com os “cotas”. Quando as calças eram à boca de sino; quando se começou a ouvir música “não” comercial; quando os dias passavam como se tivessem sido feitos para nós; e quando, inesperadamente, descobrimos que não tínhamos País.” 

PROTAGONISTAS …

“Para contar a minha história, terei que contar a história dos jovens luso angolanos daquela época que se encontravam no limiar da idade adulta. Ainda hoje se nota a importância do papel desempenhado por estes jovens oriundos da classe média das cidades, adultos à força, quando solicitados a participar activamente no desenvolvimento do seu novo País.”

HORIZONTES DESLUMBRANTES …

“A suavidade do relevo permanecia até onde a vista alcançava. Passámos por lugares únicos, oásis de verde com lagoas onde vimos alguns animais a querer beber água, mas com medo de nós. Logo de seguida, poderíamos estar a passar por uma zona de colinas baixas, onde a areia fina atrapalhava quem conduzia. Estávamos num sítio onde todos os lugares da Terra estavam representados. Percorríamos a planície do Suaicomba, última fronteira do Norte de Angola.”